Que bom que você veio!

A internet é um lugar incrível. Meio praia, porque reúne todas as tribos, meio coração de mãe, porque "sempre cabe mais um" - mesmo que você não use aquele desodorante da antiga propaganda... E-mail cá, e-maile-eu aqui. Utilizando um meio de comunicação que atinja todas as pessoas... Que quiserem serem atingidas! Acertei?

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Ridiculamente óbvio

Não minta pra mim.

É patético.

Não minta pra mim.

Eu não acredito.

Não minta pra mim.

Não precisa.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Você chora?

Para de viver em outra dimensão.

Para de viver no virtual.

Para que silêncio se mostra que viu?

Para de querer entrar pela cabeça.

A cabeça é a porta da morte.

Ela não pode ser invadida.

Se não, o corpo foge.

Garrafa vazia

Catando os cacos também?

Por isso o silêncio?

Não há escolha que não doa.

Assim como doi reconhecer o não-esforço do carinho e do afeto.

Queimava sim.

Mas era gelo.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Vazio, um cheio...

Se vazio doi é porque tá cheio de...

Cheio de coisas entupidas.

Vazio é excesso de tristeza.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Dia de Lua em Escorpião

Ao tirar os óculos, esfregar os olhos e ficar longos silêncios com o olhar perdido, viu:

Sua história morreu.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Mas nunca foi rainha

Hoje eu morri.

A linguagem saiu de cena.

A política saiu de cena.

A criança, o inacabado saíram de cena.

Entra a assepsia.

O protocolo.

Os órgãos sem corpo.

A morte da cabeça.


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Branco gelo

No escuro, cedeu espaço para que riscassem naquele chão-papel.

Foi preenchido por algo que parecia ser uma boca.

Justo ela. Que come, fala, cala.

Invisível, onírico. Quem estava lá?

A boca rabiscada foi pintada. Riscada. Transformada.

Ela abriu espaço. Naquele buraco, ele enfiou o seu pedaço que riscava.

Ela deu. Ele comeu. Primeira-única vez.

A luz acesa mostrou: todos sujos.

Quem se envolve, se suja.

Fica preto, vem lágrima.

Mas a camisa estava branca.

Imaculada.

Pura.

Puta que não beija na boca, mas dá até o rabo.

A camiseta estava branca. Branca.

Tão alva que cegava.

Não. Tão alva que mostrava.

Camiseta é cara. É rosto.

Não sujou porque não conseguiu estar.

Não se entrega. Nunca se entregou, talvez.

Camiseta branca dói de ver.

Mostra a que (não) veio.

Branco é nihil.

Vontade de chorar.

Nunca esteve perto.

Farsa.

Sereia.

Barco virado.

Corpo embaixo.

Desencontro.

Nem um adeus.


sábado, 18 de janeiro de 2014

Vertigem

De repente, um sobressalto.

E se tudo o que foi enviado não tenha um único motivo?

E se viveu sonho e delírio?

Tanto tempo em caixa de vidro-ilusão.

Ilusão é mentira?

Mentira existe?

Ambiguidade morna, emética.

Novamente uma sensação de frio.

Que vem de dentro. Do osso pra pele.

Está gelado dentro do corpo.

Aquela coisa ruim, confusa, de acordar sem saber onde se está.

 Dormia, então?

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Não é

Não é sem dor que se reconhece que apenas a ajuda é bem-vinda.

Não é sem dor que se reconhece quando um homem quer mostrar que seu interesse pode incluir, literalmente, uma questão de pele. Gato roçando no rosto para mostrar a barba bem feita está longe de ser pura brincadeira.

Não é sem dor que se reconhece que o tempo está acabando e...

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Só isso

Senta aqui.

No chão mesmo.

Dá tua mão.

Olha no meu olho.

Viu?

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Passou

Eu te perdoo.

Porque merecemos.

Livrar-nos de todo o Mal.

Amém.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Alguma coisa acontece

Merda.

Você estragou tudo.

Ela odeia você.

Estúpido, idiota.

Ela odeia você.

Vaidoso, ignorante.

Você estragou tudo.

Inábil, egoísta.

Perdeu tudo: afeto, cumplicidade, carinho, atenção.

Perdeu amor. Sim.

Perdeu admiração.

Merda.

Ela tem pena de você.

Você quebrou aquilo que ela sempre carregou sozinha, com tanto cuidado.

Agora é você que vai seguir sozinho. Carregando cacos.

Ou acompanhado. Pelo espelho. Reflexo.

Narciso que é.

Inclinou-se demais naquela água.

Para além da própria morte.

Matou a alegria que havia.


Cada vez pior.

Deu um beijo, mas não houve retribuição.

Praticamente impossível permanecer na mesma sala.

O tempo se arrastou.

E foi levando a possibilidade de um bom encontro.

Tristeza pesa e ocupa espaço.

O corpo ferido vai embora.

Doído e sangrando, conta nos dedos os dias que não precisará mais voltar...

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Um escuro

Medo.

Medo de nada dar certo.

Medo de não conseguir dizer o que está entalado.

Medo de não ouvir o que precisa ser reconhecido.

Medo da aparência. Do fingimento e da negação.

Medo da grosseria e da ofensa.

Não há mais simbiose. Mas permanece uma doença.

Um vício.

Um silêncio que foge.

Um silêncio que esmaga e comunica:

Entre nós, só medo.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

365

Ela quer ler isso daqui a um ano e sorrir.

Ela quer que tanto amor-dor tenha escorrido.

Evaporado.

Ela quer, daqui a um ano, olhar pra tudo com olhos doces.

Ela quer que tudo tenha sido intenso, válido e passado.

Quer ter ficado ainda mais forte e atenta. E doce.

Ela quer manter um sorriso nos lábios, o afeto gigante.

E nada mais.

Pedro falou, tá falado!

E ele diz do alto de seus oito anos:

- Mãe, tirando gente, qual a coisa que vc mais gosta? Igual a armário, flor, montanha?

- Pode ser música? - Ela responde perguntando.

- Pode.

- E vc? (Mãe de curioso, curiosa é...)

- Eu gosto de morcego. E de Tecnologia.



- Sexta é dia de brinquedo! - Comunica o atarefado virginiano para sua avó.

- Tem certeza?

- Tenho sim, a professora falou.

- Vc já está na terceira série... Até quando vc vai levar brinquedo?

- Acho que vou levar brinquedo até a faculdade.

E eu desejo que vc queira brincar por toda a vida...

- Mãe, vi um homem tão feio na rua! Ele tava inteiro tatuado nas costas, nas pernas, nos braços e nos dedos das mãos. Fiquei com vontade de cantar pra ele:

"Quando Deus te desenhou, ele tava sem borracha, sem apontador e com o lápis sem ponta..."




Mãe, posso ver o DVD que vc me deu na Páscoa?
Pode. Mas não foi o Coelho que te deu?

- Não. O coelho de Páscoa só dá ovo. Presente dá vc e o Papai Noel no Natal...



E ele lê o recado da agenda pra mãe, muito solícito:

"Trazer para a próxima aula uma foto 3 vezes 4,

recente"...

Ensinado a tocar flauta doce: "Você tem que prestar atenção e colocar os dedos nos edifícios certos..."

Perguntas "básicas": De onde sai a teia da aranha, da laringe? Qual a coisa mais saudável do mundo?



O que realmente importa: (depois de ter retirado o aparelho ortodôntico fixo) "agora sim vc vai poder apertar minha bochecha e eu vou poder comer chiclete!"



Explicando porque não queria brincar com a garotinha: "tenho vergonha de brincar com meninas do sexo oposto"



Mãe, vc é de que signo? Peixes ou Camarões?

Por que os malucos gostam de arte?



- Mãe, por que o Presidente da República é rico?

- Ah, sei lá... Porque ele ganha muito dinheiro...

- E por que ele ganha muito dinheiro se ele não faz nada?

Comentário sobre a matéria do Fantástico, a respeito do sumiço do Belchior: "mãe, olha o Gopal!"



De que adianta lactobacilos vivos, se quando a gente agita o yacult eles morrem todos?



Mãe, explica EXATAMENTE o que é fé.