Que bom que você veio!

A internet é um lugar incrível. Meio praia, porque reúne todas as tribos, meio coração de mãe, porque "sempre cabe mais um" - mesmo que você não use aquele desodorante da antiga propaganda... E-mail cá, e-maile-eu aqui. Utilizando um meio de comunicação que atinja todas as pessoas... Que quiserem serem atingidas! Acertei?

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Atrás da taça suada

Sim. Hoje ela beijava você.

Ela está bêbada. Beijava todinho.

O sabor da carne na boca. O sangue tinto gelado na taça.

Sim. Hoje ela beijava você. Beijava inteirinho. Você é quem ela nunca terá. Você já a teve na montanha, a noite inteira, também com vinho e outras coisas. Você é quem a ensinou a ser mulher durante dolorosos e intensos anos.

Você é um. Vários. Ninguém.

Sim. Hoje ela beijava você. Beijava devagarzinho. Você é a  delícia de uma boca adormecida. Você é memória de um corpo. Na orelha. No coito. Na língua. Nos olhos fechados. No champanhe derramado. No chantilly lambido.

Você é sonho e passado. Algo que não está. Virtual.

Amargo.

Deleite.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Triste isso

Enquanto ele procura mais uma coisa para publicar e confundí-la com seus sentimentos criptografados - inclusive  pra si -, ela teme o óbvio: nada dito é tudo estragado.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Parapeito de doer

Arrastam-se os dias em direção a nada.

Ir e vir de elevador: sobe. desce. não se sai do lugar.

Caminhar na esteira: estar parado.

Intervalo de silêncio entre uma faixa e outra do disco.

Bolacha negra e brilhante, girando bailarina em torno de si mesma.

Minúsculos estalos-poeira-na-agulha.

Ruído que crepita, evita o vácuo.

Olho: um corpo que fecha.

Dobra de janela.

Aberta.

Que convida a dançar.

Lançar.


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Não tinha outro jeito?

Um tiroteio de palavras.

Perfuraram um corpo mortalmente.

Destruição.

Nunca pensou que o fim seria assim.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Medida de tempo

Eu nem calada te amo.

Te amo.

Areia de ampulheta.

Mas um dia ela para de virar.

sábado, 7 de dezembro de 2013

De vidro opaco

Sozinha.

Ninguém vê.

Ninguém sabe.

Dor aperta.

Sangue escorre.

Choro molha.

Morrer é sentir nada.


Ocos ecos

Tela em branco, corpo-angústia.

Pisca-bate o cursor-coração.

Ouve que é linda, inteligente, criativa.

Mas o que passam são as horas.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Abrir-se

Vai com calma...

Continue...

Canta pra menina.

Cuida um pouco.

Ela em tudo acredita.

E sangra.

Há um medo negro-escuro

Em volta

Rondando

A boca do outro diz que ama apaixonadamente

Mas quem gagueja está perto

Um pequeno deslize...

Resta pouco ar...

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Hemorrardia

Como faz pra secar amor?

Aquele pedido de desculpa finalmente fez sentido.

Acaba logo com isso.

Acaba logo com isso!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

... Na praia

Fuga

Culpa?

Novidade cristã...

Mentira?

Medo

Recíproco

O que mais é dos dois?

Que mais é pra dois?

Do is make better?

I would preferer not to.


Moi aussi...

Palavras escritas por outros que te queimam a carne e disparam o coração.

Impossível fingir o que se sente.

Negar o que acontece.

Limite para sempre ultrapassado.

Nossa, que dor que escorre...

Peso insuportável.

Inevitável um encontro.

Para agradecer.

E dizer adeus.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Terra distante

Sonhou que estavam juntos.

Acordou de tanta alegria.

Crianças...

Papai Noel foi no correio.

Pegou cartinha da menina de 06 anos.

Ela queria uma boneca.

Papai Noel achou uma linda.

Era uma boneca preta.

Papai Noel ficou na dúvida: e se a menina não fosse preta?

Mas tantas meninas pretas brincam com bonecas brancas...

Por que uma menina branca não pode brincar com uma boneca preta?

Papai Noel comprou a boneca.

Linda boneca preta.

***

Ela se lembrou de quando contava histórias pra ele dormir, do seu livro preferido.

Seu rosto se iluminou! Voltou a ter 04 anos de idade!

Também lembrando do livro, disse com uma seriedade que fez um bolo na garganta dela e o olho encheu de água:

- Sempre que você lia o livro e mostrava as figuras, o fogo do desenho mudava de lugar.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Chegar perto

Aquela carta tem outro destinatário e outro remetente.

Delicadíssima forma de expressar um amor.

Difícil separar quando se encontra.

Inesquecível aquele roçar de pele. Barba nascendo e arranhando. Suave e doce.

Dedos se enfiam nos cabelos. Força e desejo.

Bocas se aguam...




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Do outro lado...

Ilusão, vontade...

Antecipação

Há algo que não encaixa - nem tudo deve encaixar...

Parece que uma coisa vai acontecer

O quê?

A angústia é prima do medo.



sábado, 23 de novembro de 2013

O que se esconde?

A alegria imensa, doce e intensa foi se desdobrando.

Lentamente, foi virando dor. Dor tão funda, que não finda.

Por que o gosto doce se tornou salgado?

O amor sentido, quem sabe, percebido. E não vivido.

Vem daí o choro?

O buraco da escuridão, o amargo da raiva.

Reconhecer que não sabe receber amor...

Vazio que vibra soturno como réquiem em violoncelo.

E a maldita janela parece que espera.

Boca sem dente, aberta.

Querendo comer...

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Sem gosto.

Eu não sei nadar.

Não sei boiar.

Não sei me deixar levar.

Não sei me permitir.

Não sei fechar os olhos e mais nada.

Não sei me tranquilizar.

Não sei esperar.

Não sei aceitar.

Não sei me perdoar.

E ninguém sabe o que sangra em mim.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Pequeno prazer

O sorriso lindo é o cheiro delicioso: ambos colam na memória.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

De olhos fechados para ver

Na primeira vez, alegria.

Na segunda vez, melancolia.

Na terceira vez, asfixia!

Canto e dança e música.

Corpos cada vez mais próximos.

Alegria, amor e calor envolvem.

Isso basta e alimenta e continua horas depois.

(Memória atiça um corpo)

Ninguém sabe dançar.

Ninguém sabe.

Não é segredo.

É sagrado.




terça-feira, 12 de novembro de 2013

Uns nós

Ele fala, mas ela não escuta uma só palavra.

Parece não acreditar no que vê: a boca mexe num abre-e-fecha sem som.

Ela olha em volta e aquelas paredes lhe dão a sensação de comprimi-la.

Ela olha pra ele, que continua em sua fala muda sem saber da angústia que a assusta.

É o jeito preferido dela estar com ele: sozinhos. Mas ela não relaxa.

Sente o tempo congelado dentro daquela sala, mas tudo girando freneticamente à sua volta. Ela teme desmaiar.

As palavras dele voltam a ter som. Uma certa conversa se instaura, mas há uma eletricidade no ambiente: ambos fingem, talvez. Talvez quisessem estar em outro espaço, fazendo outra coisa.

Querem estar juntos. Os abraços apertados são bons, mas ela não consegue retribuir dessa vez. O corpo mole não aperta, porque se fizer isso, capaz de não soltar. Segura choro e vontade de aninhar, frente a mais uma história triste. Quanta dor cabe no espaço-vida...

Sente que quer ficar perto, conta histórias, lamenta-se sobre o que tem observado por aí. Fala de si?

Parecem caminhar lentamente para algo irresistível e incontrolável. Mas recuam. Ambos. Medo e desejo, diz a música...

Confusão, ambiguidade, vontade de estar perto. Saudade.

Quanto sentimento cabe no espaço entre esses corpos?

Pela primeira vez viu que não era a única a querer estar perto.

Pela primeira vez falou de coisas que saíram do plano virtual, tornando-se "reais", virando corpo-mensagem. Cenas perturbadoras: a performance, a poesia, o texto mortal desferido num dia de amarga dor. Soube, enfim, que o que enviou foi recebido.

A comunicação sempre existiu. Na fala, na escrita. No silêncio. Na loucura. Na alegria.

Pela primeira vez sentiu medo da reciprocidade.



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Des-ato

Talvez a saudade seja tanta que não percebeu o risco.

Ou percebeu e nada anda importando?

Ou o que importa é estar junto a qualquer preço-hora?

Logo se compartilhará o amoroso silêncio.

domingo, 10 de novembro de 2013

Amor e montanha



No filme  maravilhoso, a história de um amor cheio de dor e dúvida.

Mas havia a montanha, o cozinhar, o forno à lenha.

Aquele ambiente rude, diferente do que se vive, não é mais estranho.

Memórias intensas do que viveu vem à tona.

Às vezes se esquece do que é ser amada longamente...


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Entre lobos e ovelhas

Finalmente eu vi você.
Vi da melhor maneira possível: sem recíproca.
Vi que você era você mesma que eu já tinha visto antes.
Vi que você é linda... Mais que demais...
Você é magra.
Você é alta.
Você é branca.
Você é odiada... 
Você é vazia...
Você é uma farsa.
Você finge?
Nossa, que vontade de vomitar... Perdão...
Eu não a quero mal, mas tenho tanta raiva de você... Tanta...
Por que será que eu acho que você tem cara de infelinzz?
Que sua vida é mais cú do que cool?
Você tem uma cara de covarde... Sabe essas pessoas que escondem desejos e imperfeições? Dessas que defendem coisas mas não as incorporam... Essas pessoas medíocres, hipócritas? Isso! Você tem cara de hipócrita covarde... Perdoe-me o julgamento, falar assim. Mas é o que eu sinto.
É claro que eu tenho inveja de você! Você tem n-1 coisas que eu não tenho.
Mas eu tenho pena também. Uma pena profunda. Você é um fantasma assombrando nós duas... Ora me lembrando que tem a comunicação, o falo... Ora negando sua natureza. Você tem uma cara de burguesinha-suquinho-de-maçã... Que enjoa... Em alto-mar, em terra firme, na puta que a pariu. E por falar nisso, não é que, de certa forma, somos irmãs?
Eu acho que você lentamente, começa a envelhecer e anda querendo brincar de boneca. Mas isso não vai te acontecer. Não do jeito que está. Mas você nega esse desejo, seu útero é de madeira, de asfalto, de terra, grama, areia, água. Sem líquido amniótico.
E se você não for mãe, a culpa é sua. Não aceite o que vai contra sua natureza. Rebele-se. Afaste-se.
Já pensou se tudo isso for uma grande bobagem? Que papel ridículo... Mas eu não tenho medo do ridículo, acredita? Tenho vergonha...
Sabe, às vezes acho que você  também me descobriu. Que sabe tudo de mim. Que também tem inveja de mim - há há há! Que perda de energia - e que tem medo. Isso é estranho, porque eu não tenho medo de você. Tenho raiva, inveja e pena. Mas não lhe quero mal, acredite, já disse isso. Mas essa fantasia que eu criei de que você tem medo de mim, interessa... Eu acho que você tem medo de mim porque eu invadi sua vida. Sem querer. De repente, entrou na sua casa coisas que você nunca viu, risadas que nunca foram dadas. Ausências evidentes. Mudanças de olhar, de jeito de falar, de assuntos. Entrou vida nessa casa!

"Olha só", se você tiver medo, eu entendo. Medo é proteção. Juro que não é uma ameça, mas é pra ter medo mesmo. Sabe por quê? Porque rola intimidade, cumplicidade e alegria. Rola um tesão também. Auto-controle budista que nós temos. Sabe por quê? Porque a gente se respeita. Porque a gente se ama amor de maluco - e isso você conhece bem... Porque a gente não quer (se) magoar. E a gente sabe das limitações de cada um.

É pra ter medo porque é um prazer estar comigo. Porque nossa relação é de iguais, por incrível que possa parecer. 

É pra ter medo porque não tem fingimento nem pudores. Tem alegria e criação e choro e beleza e música e poesia e bebida e comida e risadas e gargalhadas, muitas.

É pra ter me medo porque tem leveza.

É pra ter medo porque eu sou perturbadora - desisto de me livrar desse adjetivo - e intensa.

Porque sou sensual e inocente.

E é pra ter medo mesmo porque eu tenho coragem de viver minha solidão. E isso me dá força.

Que você não tem.

Dos desejos

Dormir

Resolver

Limpar

Lavar

Guardar

Arrumar

Ganhar

Começar

Qualificar

Passar

Trocar

Rever

Estreitar

Viajar

Conhecer

Receber

Um beijo




sábado, 2 de novembro de 2013

coisa

Às vezes parece que nada aconteceu.

Às vezes tem-se a certeza de que muita coisa aconteceu.

É difícil sair da dicotomia. Porque alguma coisa aconteceu.

Olhos se fitaram.

Corpos se tocaram.

Sorrisos se cruzaram.

Segredos se confessaram.

Machucados se curaram.

Pequenas solidões  se dissiparam.

Parcerias se fizeram.

Alegrias se somaram.

Dores se apaziguaram.

E se alguma coisa aconteceu

É porque outra coisa virou.

Corpos...

Mão pesada?

Pesado é receber abraço.

Quando se quer beijo.

Sabia que tá doendo?

Tá doendo esse buraco, que insiste em ocar aqui...

Tá doendo esse não-sei, esse sei-lá, essa sensação de morte.

Tá doendo essa saudade de gente.

Essa saudade de coisa (não) vivida.

Tá doendo ver

Que não está nem aí.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Gatinho!

Você tá aqui, né?

Eu sinto... E confio...

E sigo em frente.

domingo, 27 de outubro de 2013

Assim eu quis...

Queria tê-lo em meu colo.

Só mexer em seus cabelos.

Vê-lo dormir coberto de cansaço.

Enquanto vejo um filme ou ouço uma música

E agradeço.

Simples.

Impossível.

sábado, 26 de outubro de 2013

"Ternossensível"

Com menos de uma semana, o livro já está destruído.

A tesoura que rasgou as folhas precisou de força.

A força veio da raiva? Da inveja? Do ciúme??

E a Kate Winslet da Silveira, descagando em alto-mar?

Vontade de vomitar...

Bem-vindo ao mundo dos sentimentos que enojam-enjoam...

Sinta tudo isso logo e livre-se!

Gente mesquinha não merece nossa energia.

Vamos?

Vontade de ficar longos instantes olhando aquele corpo lindo contra a claridade. Cheiro delicioso...

Pode-se falar horas. Falou-se por horas. Delícia pra ambos.

Mais atividades depois. Tudo fluía. Mal sabia que ainda não acabaria.

E o brinde à vida? Congela tempo, por favor...

O fantasma veio à tona dolorosamente.

Mas o dia também veio.

E ficou inesquecível...

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Inexorável

Difícil mexer naquilo que, quando estiver pronto, levará à morte.

Corpo da mensagem

E chega um fim a passos largos.

Como será que se sente?

Alívio ou saudade?

E amanhã, como será?

E todos os outros amanhãs?

Gozo com as palavras.

Gozo nas palavras.

Palavra não é corpo.

Mas palavra pode.

domingo, 20 de outubro de 2013

Fora do padrão

Na mesma semana lê que nunca é esquecida e que o outro pensa muito nela.

Os deuses estão brincando?

Tantas coisas os separam...

Oceanos, serras, corações...

Com certa vergonha, reconhece

Que poderia amar os dois.

Via de mão dupla

"Nunca esqueço de você".

"Nunca esqueço de você".

Ela também.

Era o que queria ler.

E leu.

A perturbação é mútua.

O amor também?

Carinho é amor sussurrado?

"Nunca esqueço de você".

Sabe a força que isso tem?

E a força que ela fez

Pra deixar de sentir isso?

Escondeu, escreveu, fugiu.

Aceitou.

Nada disso resolveu.

"Nunca esqueço de você".

Nem ela.

E a ilusão vestida de fantasia

Vem poderosa, linda.

Uma brilhante mentira.

Doces beijos mudos surgem

Selando um amor  potente

Porque nunca realizado.

De fato, apenas uma frase:

"Nunca esqueço de você".

Que ninguém sabe muito bem

O que isso quer dizer.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Flores nada secas

Há três meses  o  pequeno  e improvisado vaso de flores tem sua água trocada.

Um cuidado quase invisível.

Deixou mudança e lembrança.

Deixou amor.

Que carrega consigo.

E sente.

Muito.

Fantasma

Os ouvidos zunem. Barulho dentro e fora.

De tanto gritar, a garganta não responde.

A alegria.

Há alegria.

Mas aquela sombra paira. Estão um pouco menos longe.

Não adianta. Queria estar perto.

E só isso bastava.

sábado, 5 de outubro de 2013

Eu te amo também...

Bonita aquela conversa.
A alegria do retorno, que surpresa!
Risadas. Tantas! Como antes. Como sempre.
As palavras brotavam
Os silêncios podiam. É lindo ver o amor te olhando.
Ainda que uma morte rondasse.
Uma morte de um corpo.
Uma morte de um sonho.
De um reencontro.
Uma morte que será de todos nós um dia.

domingo, 29 de setembro de 2013

Perdão

Talvez tenha que ser até a última gota.
Beber até o fim.
Sangrar até o fim.
Jorrar.
Vomitar.
Descer...
Doer...
Aquela lágrima que caiu por mim
Doeu em mim igual as tantas que sempre derrubei
Não houve coragem sequer para falar o porquê daquela gota escondida
Mas será impossível seguir
Sem viver uma história anterior
Inteira
E aberta
E humilde
E sozinha

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Diferença e repetição

você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você amo você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo
você você você você você você você você você você você você você você você você você você você vo

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Num vem não...

Languidamente, quase imperceptível

De mansinho, morninho

Mexer com quem tá quieto

Cutucar, deslocar

Enganar

Ninguém vai avançar

O tempo já passou (ele nunca permitiu)

Vai doer tudo.

De novo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

No fundo é o quê?

Faz tempo que o sono não ia embora passear.

Deixa um corpo quase dolorido.

Olhos secos.

Cabeça rodando.

E escreve escreve escreve.

Três coisas ao mesmo tempo. Quatro, na realidade.

Não termina nenhuma. Leva dias pra acabar uma.

E a ilusão ronda como bichinho na luz.

Tomara que morra.

Dando espaço pra libertação.


domingo, 22 de setembro de 2013

Latente potente doente

Ele mostrou o que ela nem sabia que guardava.

Amar foi inevitável.

Foi?

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Anestesia

Por que quando está maluca se sente mais viva?

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Tempinho bom.

Olha com saudade.

Do que nunca será. Do que poderia ter sido.

Olha com doçura. Muita, muita.

Carinho que não acaba, permite qualquer coisa.

Amor, na verdade.

De verdade.

Com verdade.

Que aquece, envolve.

E silencia.

sábado, 24 de agosto de 2013

Guarda.

Olhos profundos que olham intensamente.

Ternamente.

Olhos redondos que olham sem piscar.

Suspirando.

Olhos desejantes.

Ardentemente.

Amorosamente.

Hoje é silêncio e distância.

Mas esses olhos já olharam corpo.

E anima...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Um carinho sem fim...

Disse adeus no abraço apertado, momento do "oi". Disse adeus com a mão na nuca, dedos fortes entre os cabelos, quase puxando. Uma amiga íntima, preocupada e amorosa.

Disse adeus quando chamou pelo apelido - os olhos arregalaram quando compreendeu a despedida. Não conseguia chamar assim. Agora pode. Nada teme porque nada esconde. Finalmente tudo às claras.

Disse adeus quando foi embora sem se despedir.

A prioridade agora é outro.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Será que sabe o q perdeu?

Precisou ir tão longe pra se encontrar.

Que nunca mais se separe!

Que pra sempre se respeite.

E ame.


sábado, 3 de agosto de 2013

Quem ama...

Indo pro hotel.
Ele:
- Pegou tudo?
Ela:
- Acho que sim.
Ele vai ao quarto e volta com a cartela de remédios que ela toma todos os dias em jejum e que deixa embaixo do travesseiro e diz sorrindo:
- Não pegou não...

sábado, 27 de julho de 2013

Anche io

Acredito na vida...

Que ela reserva sonhos sequer sonhados, mas realizados.

Luz de velas, refeições únicas.

Horas de conversa, de música, de vencer batalhas.

Momentos intermináveis.

Eterno êxtase.

sábado, 20 de julho de 2013

Em Amsterdan, no aeroporto

Um piano de cauda fica a disposição de que, quiser tocar. A primeira música ouvida foi Emoções! Na Holanda fica mais emocionante ainda... E tocaram Beatles, frère Jacques, Choppin.

Uma mulher fumava normalmente... Um belo back.

Policiais armados de cacetetes, armas de choque e cachorros pretos enormes recebem os passageiros antes deles pisarem na Holanda.

Um grupo enorme de turistas orientais. Clichesinhos ambulantes: camisa estampada, chapéus e máquinas fotográficas.

E a loira loiríssima. E sua mala roxa, lindíssima. Que anda sozinha, pois a lei da inércia é implacável. Empurrou e lá foi embora a mala. Engraçado a loira correndo atrás de sua bagagem...

Sempre avisando que não fala inglês. Mas chegaram a perguntar: você é turca? Bem difícil segurar a risada.

Finalmente hora de ir pra Itália. E não é que apita no detector de metais? Que desagradável... Mãos nos peitos, nas costas, entre as pernas, até na vagina, dentro dos bolsos... O que achou?

A policial, nada.

A pobre passageira, o fim da picada...

Nem tinha ido viajar...

- Tá com uma carinha de perdida...
Não era só a carinha... Ainda bem que foi ajudada com o check in "self service".
Mas a francesa grossa quis que ela fosse pro fim da fila. E ela foi. Mas antes conversou com seu amiguinho que tinha uma amiguinha. Ambos foram ver o que estava acontecendo. Era simples: a grosseria é irmã da burrice. Se o passageiro errou ao se aproximar sem ser chamado, ela errou ao mandá-la para o fim da fila "em respeito aos demais passageiros". O que ela queria era mostrar um poder que não tinha.
E que o passageiro também não tinha. Mas tinha potência. Na forma de ajudantes surgidos de um bom encontro.
Oxalá ela nunca mais tente humilhar alguém. O passageiro não havia saído da fila errada. Apenas se aproximou sem ser chamado. Se isso era erro, ambos erraram.
E a francesinha ridícula ouviu isso. E todo mundo do aeroporto também.

domingo, 14 de julho de 2013

Fora do corpo

Vê as coisas por de trás dela.

Ou nela.

Vê tudo correndo: objetos, sons, dias.

Assustadoramente rápidos, não percebe o que já se passou.

O que está se passando.

Parada no meio da sala, não sabe o que fazer.

Parada em frente à tela, não sabe o que fazer.

Vê as coisas nela porque não vê com os olhos da retina.

Mas também não é o olho da nuca, como diz Pessanha.

Ela não sabe o que vê.

Ela chora.

Copiosamente.

Intensamente.

Treme.

Olhos ardem. Garganta fecha.

Corpo responde com dor às perguntas mal-formuladas, balbuciadas.

O homem-bonito é fantasma.

O homem-distância é presença. E promessa. E sonho bom.

Coragem, ela tem! Tantos dizem...

Porque vai pra Itália? Ou porque vai ver o sonho na pele?

Sabe o que é chorar, 3, 4, vezes por dia?

Vai pra Itália buscar o quê?

Vai pra Itália?

Itália?

Itália!

Itália...

Se escrever muitas vezes, enfim acreditará que está indo pra lá?

Desejo não move, empurra...

Faz vento. Frio.

Frio como o medo. Que tanto sente.

Sabe nada das coisas, por isso tanto medo. Um pouco burra, quase estúpida.

Inocente, ele diria. Que mais ele diria? Veja Morte em Veneza... Foi o que disse. Ficou pirado também, mexido. Pirex... Não é fax, não.

Na sua violência ridícula, esfrega a Itália na sua cara linda: diz quando embarca, feliz e sorridente. Sente que abriu o chão sob aqueles pés.

O que ela quer é esfregar a Itália no seu próprio corpo também. Pra ensaboar e lavar a alma. Tirar a gosma de tanta afetação e superfície.

Adesso è bellíssima dobra!

Capice?

Vê as coisas com o olho da hipófise.

O olho da hipótese.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Dá licença?

Dois corpos não ocupam o mesmo lugar...

Entrou sozinho...

Há de sair...

Ou será necessário força bruta?

terça-feira, 9 de julho de 2013

Tamanho da importância

Um não move uma palha frente ao acidente.

Outro desiste da viagem, há semanas planejada, para conversar e tranquilizar a menina a respeito de pendências.

Porque cada um dá o que tem.


Ela é feita de quê?

Palavras?
Densas, intensas, distantes? Fortes, claras, diretas, certeiras?

Sotaques?
Cantados, lentos, familiares?

Distâncias?
Coronárias? Geográficas?

Trocas?
Linguísticas, filosóficas? Inteligentes, sorridentes, afetuosas?

Sons?
Arnaldo Antunes? U2?

Respostas?
"Preferiria não"? "Sim! Sim!! SIM!!!"

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Deu bobex...

Dancex
Lamentex
Bobex não é fax não...
Ela não tava de brincadeirex.
Nunca está. Pirex não é fax não...
Firmex?

terça-feira, 2 de julho de 2013

Doeu um dia. Agora, alegria.

Ela o ama.

Ela sempre o amará.

Impossível não amá-lo.

Só não sofre mais por ele.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Uma comunicação virtual...

Nunca pensou que um coração pudesse abrigar tanto amor...

Aceitar o que acontece é uma chave para permitir o novo.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

So(p)ro de vida

O soro pinga lentamente.

A gota se forma, lentamente.

Cresce, balança e cai.

E desce, também lentamente.

Por todo o percurso até alcançar a veia.

E amenizar a dor.

Curar, quem sabe.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Babaca

Blá-blá-blá

Tudo rápido?

Videoclipe?

Devir-adolescente?

E se disser que sente que está puto com ausência que virá?

Sumir! Sumir! Sumir!

Silêncio total!

Ranzinza?

Velhote?

Não!

Criança mimada que tudo quer!

Sumir!

Falta pouco ...

Logo acaba

Não é perda de tempo, né?

É ganho de tempo...

Sabe o que vai acontecer?

Quando tudo acabar

Virá o arrependimento de não se lançar.

Lamentável.

Mas pra quem não assume sangue, suor, lágrimas

Resta um blá-blá-blá...

Babaca!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uma hora dessas

Ele já a libertou.

Talvez tenha chegado a vez dela.

Do nada

Que ela entenda, tranquilamente, que tudo é sonho.

Mesmo sonho sendo uma realidade.

Tem uma verdade, tem um fato, tem uma história.

Cotidiano normal, tenso, tranquilo.

Não cabe, tá sobrando.

Cai fora!

Tudo certo com a família margarina.

Vai dormir agora.

Acordar em 3 horas.

E abrir o olho - porque sempre pode se machucar ainda mais.

Tá cansada até de chorar, né?

Talvez deva fazer as malas e conhecer outros possíveis.

Ciao S. Bernardo!

domingo, 23 de junho de 2013

Da necessidade em se engolir sapos

Quanto ódio quando uma tese-fantasma volta a assombrar...

Enjoo em terra firme, como diria Kafka...

Para vomitar sentimentos embolados?

Os enigmas voltaram...

Por que escolhe um livro de cartas apaixonadas sobre um amor impossível?

Cante intradução em seu ouvido e sigam suas tragédias...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Brincar de killer

Se a piscada acertar...

É porque alguém viu...

Num outro espaço,

espera-se a história de Golem...

Aparecendo lá...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ôôôô....

Sabe quando a criança gira e gira e gira...

E para!

E desequilibra e ri

E tudo gira junto?

Aqui está assim...

Mania de...

De todas as coisas na cabeça, ficava alegre em FALAR apenas uma.

Aquela frase manjada, já confessada...

E sempre abafada.

Só por algum tempo

Ele sabe de tudo, antes que ela...

A raiz (rizomática) da dor.

E da alegria.

E depois?

Saberá também?

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Inércia

Ele vai perdê-la...

Corpos parados não promovem encontros.

É dançar.

Pra não dançar...

terça-feira, 18 de junho de 2013

À francesa?

De muito longe, alguém se aproxima.

Quer conversar, elogia.

É bom.

Mesmo não sendo o que se quer(ia).

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O que é um tempo? Um verbo?

Foi no mês que vem

Vou te vi
Ali deserta de qualquer alguém
Penso, logo irei
Que seja antes minha que de outrem
Quando o vento fez do teu vestido
Um dom que Deus te deu
Claro que eu rirei
Ao vendo o que outro alguém não viu
Vou andei
E me chegando assim te cercarei
Digo, aqui tô eu
Que te amo e às tuas pernas quero bem
Já que estamos nós
Te sugeri-me então o que fazer
Claro que eu beijei
Ao tendo o que outro alguém não quis
E tudo isso
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Foi na hora em que eu te vi
E mais que tudo
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Na hora em que eu te quis
Vou fiquei
No teu chegado e tu chegada ao meu
Penso, grande é Deus
Um paraíso prum sujeito ateu
E pensando assim
Farei aquilo que o teu gosto quis
Claro, eu já ganhei de volta
Tudo o que eu quiser
E tudo isso
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Foi na hora em que eu te vi
E mais que tudo
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Na hora em que eu te quis
E tudo isso
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Foi na hora em que eu te vi
E mais que tudo
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Na hora em que eu te quis

domingo, 16 de junho de 2013

Desejozinho

Ela queria ter ao alcance das mãos não apenas uma pasta com um nome e mais de 260 mensagens...

sábado, 15 de junho de 2013

Não sai da cabeça...

...a  imagem da claridade entrando pela janela escancarada, quase batendo no lindo rosto.

E no sorriso iluminado.

Na parede de cor ferrugem, destacava-se a beleza, à sua frente.

Risadas. Gargalhadas! A alegria impera.

Almoço delicioso, de comer rezando...

E aquele olhar, desconcertante, de paralisar.

Chamando?

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Só por hoje

Tá feliz?

Então dança criança! dança!

Rodopia!

Pira!

Grita!

Aaaaaaaah!

Ah..

AH

A

Alegria!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

não julgarás

Não importa se é lealdade ou covardia.

Importa viver (e amar) com ética.

sábado, 8 de junho de 2013

Sim, sempre...

Convite irrecusável, obrigada!
De uma delicadeza ímpar...
A responsabilidade é grande.
A oportunidade, única - mesmo ouvindo que haverão muitas outras.
(Tão lindo isso...)
E é bom estar junto.
Uma alegria!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ah e tudo começa...

E o mundo gira...

E a vida é feita de entres...

E esses "e"s que tanto permitem...

Só temos o meio, sei disso.

E o que tem no meio do meio?

E...

sábado, 1 de junho de 2013

Porque tudo termina.

Navalha na carne

Extenuada de tanto escrever e pensar, resolve "navegar".

A rede esconde-mostra tantas coisas...

Esmiúça uma vida. Sente inveja...

Viagens, beleza, corpo magro, academia - não aquela, vulgar...

Tantas histórias... Será?

E vidinha chinfrim, tem graça?

O que é vida chinfrim? É vida normal, sem sal?

Toda montada em clichês?

E se essa vida não for nada normal?

For dura e tensa e fértil e corajosa

Exposta a dores e delícias

Amor, carinho, sexo, lealdade, traição, ilusão, perda

Vida e morte, transformação

Velar quem se ama, antes, se despedir, antes, brigar e se entender, antes, cuidar

E o ventre que abrigou e criou vida?

Que palavra nomeia o chute da vida gritando de dentro da sua barriga?

Que palavra nomeia teu peito cheio de leite, extravasando amor, esvaziando em alimento que a pequenina boca chupa e a minúscula barriguinha enche?

E a dor de ver o sangue escorrendo do corpo que você mais ama?

A primeira palavra dita

A primeira palavra dita corretamente

A primeira palavra dita sem gaguejar

A primeira palavra ouvida e repetida

A primeira palavra lida

A primeira palavra escrita

Todas conquistadas com apaixonada terapia. Sem materiais. Sem glamour. Sem beleza e sem perfume. Em meio a doenças, negligências, violências. Remédios, tremores e mutilações. Deficiências.

Vida sem dobra, em carne viva.

Loucura na pele, no olho, na cabeça, no ouvido.

É bonito falar de Artaud... Mas tua mãe foi amarrada no Anchieta?

Você já quase sentou no banco do ônibus lotado, misteriosamente vazio porque alguém vomitou nele?

Apontaram uma arma pra você durante sua gravidez?

Você conheceu sua irmã na adolescência?

Você foi aplaudida por uma classe inteira, incluindo os professores, depois de ter lido um texto seu?

As pessoas choram com o que você escreve? Com o que você faz por seus filhos?

Quantas lágrimas você pôde enxugar?

Várias pessoas cuidaram ao mesmo tempo de você?

Você desistiu de querer morrer?

Vida sem dobra é maldição.

É dor que não acaba.

E o que nos aproxima do mundo que não vemos.

Mas que somos.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Enquanto o táxi não vem...

Sentado no chão

Braços apoiados nos joelhos

Sorrindo

Cantou Caetano

"Qualquer Coisa"

Sorrimos com lábios e olhos

Sabíamos a origem do verso

"Da maior importância"

Conheceu a história da letra

Jeito incomum de demonstrar...


terça-feira, 28 de maio de 2013

Tem importância?

Vida, um intervalo

Com a cara grudada no asfalto, só mais tarde pensava

Entre uma dor e outra

Que fica tão pesado

Que sucessões de entres são tão difíceis de passar

Que lamenta muito esse desejo tão forte

E recorrente

De querer um fim

terça-feira, 21 de maio de 2013

E e e e ...

Não é o máximo quando o tempo voa e se perde a hora e se esquece de tudo e não se para de falar e fica difícil terminar e o silêncio surge em vários momentos só pra dizer...

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Umas ações

Leiam.

Gostem.

Critiquem.

Mas:

Não julguem.

Não menosprezem.

E, acima de tudo,

Assumam que conhecem.

Beleza rara

O que tem de bonito é a alegria: muita risada no encontro.

O que tem de bonito é a rapidez de raciocínio: muita criatividade.

O que tem de bonito é a emoção: os olhos brilham.

O que tem de bonito é a parceria: se completam deliciosamente.

O que tem de bonito é a simplicidade: estào juntos e ( se) bastam.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Quando?

Um dia vai parar de doer...

Um dia vai parar de chorar...

Um dia vai parar de pensar...

Um dia vai deixar de pesar...

Um dia fica tudo para trás...

Um dia.

Um dia...

terça-feira, 14 de maio de 2013

Fim...



Ela já disse tudo e está leve.

Ele não reconhece o que sente.

Ela sente a dor da impotência.

Ele mente em coisas tolas.

Ela finge acreditar.

Ele se espanta com a franqueza.

Ela, com a falta de coragem.

Ele fala e age e fica igual criança.

E ela o ama ainda mais.


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Doce criança

Doce criança, por que choras?

Pessoas são más, tu já sabias...

Doce criança, por que choras?

Pessoas são egoístas, tu já sofrestes...

Doce criança, por que choras?

Pessoas não conseguem secar tuas lágrimas

E ainda te fazem chorar mais...

Doce criança, por que choras?

Tu já deverias ter aprendido que cada um dá o que tem.

Doce criança, pare de chorar...

Porque de uma pessoa, tu,

nunca,

Coisa nenhuma receberás...














































































































































































































































































































































































































































































































































































quarta-feira, 1 de maio de 2013

Um não pertencer

Sons de todas as espécies, de todos os lugares: música, risadas, cantoria, conversa, celulares.

Cheiros: perfume, cigarro, petiscos, cerveja, conhaque.

Olhares: sedentos, vazios, sorrisos, distantes, brilhantes, cansados.

Corpos que se encostam, dançam, se mostram, atravessam, desiquilibram, se escondem.

Corpos não são apenas corpos.

Corpos são porções de algo que constituem outro algo.

Um hífen entre palavras na tentativa de aproximação. De ideias. De significantes. De conjuntos.

Corpos-pessoas, corpos-vitrine, corpos-desejo, corpos-vazio.

Corpos-zumbis.

Pareciam, na verdade, não quererem estar ali.

Por que estavam, então?

"Uma coisa nunca é uma coisa só".

Que mais que é, então?

Por que os corpos não conversam, não ouvem a música e apenas dançam? E bebem... E comem?

Não existem mais bons encontros?

E a lágrima cai no meio do bar. Só Montanha vê. Não entende nada. Ninguém entende...

Talvez um dos corpos seja incompossível.

E seu lugar seja o da dobra.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Do início ao fim


quero te ver logo 
logo quero te ver
ver-te quero logo 
logo quero ver-te 
te ver logo quero 
quero te ver logo

sábado, 27 de abril de 2013

Sinal verde

Te olho nos olhos.

No fundo do olhos.

Teus olhos claros.

Pequenas pupilas.

Avermelhados de cansaço.

Brilhantes de ideias.

Te olho nos olhos.

Quando você (não) vê.

Quando eles sorriem.

Quando eles se espantam.

Te olho nos olhos.

No fundo dos olhos.

Quando eles nunca dizem.

O que você insiste em falar

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Mais forte que o amor

O limite se encontra depois de se esticar ao máximo, depois, até, de ir além.

O limite é linha, tênue, que diz no silêncio: impossível prosseguir.

O limite pode surgir de repente, surpreendente, assustador.

Simplesmente, o limite tem nome, sobrenome, profissão e um rosto.

O limite é a constatação de que não se conseguirá enganar um vértice sem machucar a si próprio.

O limite é mais forte do que tudo.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Não adianta nada...

Quantos dias?
Quantos ia?
Quantos podia?
Quantos queria?
Quantos faria?
Contar o tempo é mesmo um passado imperfeito...

domingo, 21 de abril de 2013

Uma coisa sem tamanho

Ninguém entende o amor da menina.

Ninguém vê o que ela enxerga.

Ninguém acredita. Pouco tempo? Três minutos sem ar e morremos.

Ninguém pensa nas (des)razões.

Ninguém se arrisca a viver tamanho sentimento.

Ninguém escuta o som forte envolvendo e convidando a se deixar ir.

Ninguém sabe (nem ela) porque é assim.

sábado, 20 de abril de 2013

2014?

Cadê o dia em que isso tudo termina?

Cadê o dia da tarefa cumprida?

Cadê o dia de nunca mais esperar por nada?

Cadê o dia de nunca mais ser enganada?

Cadê o dia de não ser mais iludida?

Cadê o dia de não mais ocupar os mesmos espaços?

E, enfim, desatar os sufocantes laços...


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Diga...

Diga que sente saudades, diga, por favor...

Eu já estou calada, não estou?

Também estou à mostra.

Então, revele tenuamente que gosta.

Diga que sente saudades, diga, por favor...

São tantas músicas, poemas, histórias

de 800 anos ou um dia

Diga que sentes saudades, diga, por favor...

Não por nada, mas pra fingir que se pode amenizar minha dor...

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Assume

Faz o que o coração clama, não o que a boca grita.

Não há vítimas. Só gente grande.

Assumir os desejos e riscos é pra quem é livre.

Liberte-se!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Eu odeio vc!

Odeio suas mentiras.

Suas omissões.

Odeio vc a enganando. Tão linda, tão nova, tão batalhadora. Um "eu" bem melhorado.

Eu odeio vc encantando. Sereia-morte virando os barcos tolos que só querem navegar...

Eu odeio vc querendo me transformar nela: mesmo tema, teoria, linhas, devires, dobras, potências e poderes, música e Clarice...

Mas se vc já a tem, porque insiste em me forjar?

Quanta loucura! Que nojo! Quanta tontura! Vou vomitar!

Quero por vc pra fora deste corpo que vc invadiu do modo mais perverso.

A máscara caiu e espatifou-se. Ai de vc se se fizer de vítima! Egoísta canalha!

Pobre menina TOnta, TOda suja de tinta...

De Frida, de Dali...

Daqui eu vejo o horror de uma vida estranha. Aparências. Cada um em seu mundo.

Autistas. Artistas?

Espinozistas... Eu sim! Busco ser livre, o que vem de fora não me domina, não me impede.

Eu odeio vc! Vc não cuida dela! E ela se afasta. Cada vez mais... Vc não a respeita.

E me fez me perder de mim...

sábado, 13 de abril de 2013

Ainda dói

O vento gelado.

A noite escura.

Os pingos da chuva.

A tristeza está dentro.

Mas aparece lá fora.

...

A ideia podia ser uma coisa possível de deixar em algum lugar.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Amputada

Vazio é uma dor fantasma.

terça-feira, 9 de abril de 2013

A coragem é mãe da alegria

Estão leves, mas exaustos.

Estão quites, mas doídos.

Estão certos, mas surpresos.

Estão quietos, mas serenos.

Estão juntos. E fortes. E basta.

domingo, 7 de abril de 2013

Porque não se pode mais voltar...

Talvez exista um momento em que se andou tanto tanto, que não é possível mais voltar de onde partiu.

Não porque ficou longe demais.

Não porque se está cansado demais.

Não porque se está perdido.

Simplesmente, não há mais estrada. Nem origem.

Atrás é sombra e escuridão. Sequer é possível virar o pescoço, pois a dor paralisa.

Mas como seguir em frente sem referências?

E sem saber para onde se (es)vai?

Acendam as Luzes!

O show acabou.

Levanta-se da cadeira.

Enxuga as lágrimas.

Sai devagar e em silêncio.

Foi dor enquanto durou.

Provável errar o caminho de volta. Não há metáforas quando se sente perdida.

Sozinha, aceita humildemente que a loucura do outro desperta a sua.

Sem forças, não vê. Outra saída.

A porta da rua.

Meio-fio de navalha.




quinta-feira, 4 de abril de 2013

Pensa que eu não sei

Que entra em seu pensamento.

Que sabe o que ela sente. O que deseja.

In-com-ciente. Fazer o quê?

É doença? Parece.

Assusta? Muito, muito.

No exato momento em que pensava na saída para escapar da dor.

No instante de lamentar a decisão cortante, de reconhecer o peso de um segredo e do alívio inocente de não ter invadida, pela primeira vez, sua caixinha preta hiper-colorida, chega a mensagem vinda do alto, nunca endereçada a ela...

Até parece...

Pensa que eu não sei...


terça-feira, 2 de abril de 2013

Uma coisa assim






Da Maior Importância

Caetano Veloso

Foi um pequeno momento, um jeito
Uma coisa assim
Era um movimento que aí você não pôde mais
Gostar de mim direito
Teria sido na praia, medo
Vai ser um erro, uma palavra
A palavra errada
Nada, nada
Basta quase nada
E eu já quase não gosto
E já nem gosto do modo que de repente
Você foi olhada por nós
Porque eu sou tímido e teve um negócio
De você perguntar o meu signo quando não havia
Signo nenhum
Escorpião, sagitário, não sei que lá
Ficou um papo de otário, um papo
Ia sendo bom
É tão difícil, tão simples
Difícil, tão fácil
De repente ser uma coisa tão grande
Da maior importância
Deve haver uma transa qualquer
Pra você e pra mim
Entre nós
E você jogando fora, agora
Vá embora, vá!
Há de haver um jeito qualquer, uma hora!
Há sempre um homem
Para uma mulher
Há dez mulheres para cada um
Uma mulher é sempre uma mulher etc. e tal
E assim como existe disco voador
E o escuro do futuro
Pode haver o que está dependendo
De um pequeno momento puro de amor
Mas você não teve pique e agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Você não teve pique
E agora não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Mas você
Não teve pique
E agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique


A pele é crua

Ele vestiu seu sonho e despiu-se em pesadelo.

A força da farsa

Por que se sente ameaçado?

Por que não vive de verdade?

Por que não se liberta dos fantasmas atormentadores?

Por que não dá a mão a quem lhe estende?

Por que se esconde?

Por que mente? Tanto, tanto, tanto...

Por que finge? Tão bem, tão bem!

Por que não sente culpa, remorso?

Por que não se importa?

Por que não se permite amar verdadeiramente?

Por que não se permite sofrer verdadeiramente?

Só porque só sabe fazer sofrer?

domingo, 31 de março de 2013

Dúvida (mais que) cruel

Alguém pode me amar?

Só hoje.

Dizer exatamente o que eu quero ouvir.

Escrever exatamente o que eu quero ler - mas endereçado a mim, com meu nome. Algo egoisticamente meu.

Alguém pode me amar intensamente?

Só hoje.

Roubar-me um beijo.

Pegar meus cabelos. Pegar-me pelos braços.

Segurar meu queixo enquanto diz que me ama.

Alguém pode me amar?

Corajosamente?

Escandalosamente?

Generosamente?

Alegremente?

Merecidamente...


sábado, 23 de março de 2013

Na cara do

Eu queria ser ostra.

Não pra ter carapaça e proteger meu interior, viscoso.

Eu queria ser ostra.

Não pra ser difícil de abrir.

Eu queria ser ostra.

Não pra ficar afundada no mar.

Eu queria ser ostra.

Pra fazer pérola de tanta dor que me come por dentro.


segunda-feira, 18 de março de 2013

Recado para uma idiota

Parabéns!

É de tirar o chapéu a maestria de incorrer no mesmo erro.

Espetacular a graça com que corre atrás do próprio rabo.

Como se sente do alto do andor, ó Mártir, bálsamo dos humanos incompreendidos?

Permaneça na ilusão que seus olhos de Justiça absolverão os pobres humanos imaturos... E o amor reinará.

Sofra tudo, beba esse fel amargo de relevar a qualquer custo até a última gota.

Envenene-se homeopaticamente.

Morra e vá para o quinto dos infernos!

Lugar onde queimam as românticas estúpidas que amam tornando-se objeto de gozo do outro.

domingo, 17 de março de 2013

Nem todo mundo é igual

Há pessoas que não têm instinto caçador.

Correr atrás de presas - fáceis ou difíceis - não lhes dá prazer. Principalmente, porque gente não é presa.

Há pessoas cuja coragem e medo se misturam, mas não se sobrepõem por muito tempo. Principalmente o medo.

Essas pessoas têm um profundo respeito pelo outro. Principalmente o respeito ao direito de ir.

Se o outro quiser, vai.

Essas pessoas podem até esperar.

Mas elas não prendem.

Muito menos vão buscar.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Não e não...

É bom não responder.

Deixar claro o que não se quer.

Já que não doer é inviável.

Porque voltar atrás não é possível.

E insistir na vida não é fácil.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Bem perto

Quanto silêncio cabe num olhar?

Quanto olhar cabe num desejo?

Quanto desejo cabe numa boca?

A boca que fala na orelha

Avisa o mesmo que o olhar desvia?

domingo, 10 de março de 2013

Ética da Coragem

A água do mar é morninha.

Vai e vem.

Às vezes uma ondinha e sua espuminha, branquinha.

Dedos dos pés descalços fazem buracos na areia. Fundos o suficiente para desequilibrar.

Engraçado esse joguinho de perder o chão.

Porque é brincadeira, porque é controlável. Porque é bem pouquinho.

Gostosa essa sensação de liberdade.

Vento na cara e nos cabelos.

Sem pressa.

Em paz.

Paz ciente.

De que algo bom há de acontecer.

Melhor: algo bom já está acontecendo.

A compreensão de que só existe o meio, o agora, o presente.

Voar é para quem se respeita.


quinta-feira, 7 de março de 2013

1, 2, 3 e...

Diga que o que se sente é recíproco.

Diga que não há engano.

Diga que a alegria também lhe aperta o estômago.

Diga que está perto, bem perto, pertinho, colado,

O momento, o merecido momento

Em que nada precisará ser dito...

segunda-feira, 4 de março de 2013

Sentindo uma audição.

O som entra pelo meato acústico externo, vibra a membrana timpânica, contrai o músculo estapediano que movimenta o martelo, a bigorna e o estribo que, como um pistão (música para os ouvidos?), anuncia a chegada das ondas sonoras à cóclea, onde as células ciliadas, subservientes, dançam e, reverenciando, se abaixam, transformando ondas mecânicas em impulsos elétricos levados até o oitavo par craniano e o córtex temporal a mensagem decodificada e inesquecível que sai do ar quente da boca grudada na orelha:
"Até quinta".

domingo, 3 de março de 2013

Terra de cego

"Melhor assim ou assim?"

"E agora? Melhor ou pior?"

Sentada na cadeira do oftalmo, tudo escuro, exceto a parede com as letras escritas.

Qualquer lente serve.

Nenhum grau é suficientemente forte.

Enxergar para quê?

sábado, 2 de março de 2013

(d)existe

Não se arranca um sentimento.

Não se extirpa uma dor.

Não se aplaca uma saudade.

Não se abandona um desejo.

Não se resolve um sonho.

Não se espera "nada".

A única luta é não chegar na janela.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Uma coisa que escapa

Algo escorre entre os dedos e me assusta.

Assusta porque não tenho controle.

Assusta porque parece uma perda.

Assusta porque não sei o que é.

Algo me escorre entre os dedos.

Frio e fluido como água. Um tempo que nunca mais volta.

Algo me escorre pelos dedos e me abandona lentamente.

Esse começo de um fim me congela, paralisa e apavora.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sempre

Sorri.
Abraça.
Beija.
Fala.
Olha, olha, olha...
Flutua.
Inspira.
Brinca.
Divide.
Confessa.
Corre.
Foge.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Um espaço intenso

Um buraco de silêncio é vazio.

Vácuo.

Ausência.

Nega-ação.

Um nada.

Um buraco de silêncio é fundo.

Escuro.

E úmido.

Fértil?

Potência?

Devir?

Sonho?

"O sonho é uma realidade"

E o que é realidade?

sábado, 23 de fevereiro de 2013

É que o amor não se dissolve assim

Até o fim

Arnaldo Antunes / Cézar Mendes 

Se a gente não sabe se ama
Se a gente não sabe se quer
Não vai saciar essa chama
Se não decifrar o que é


Se algo entre nós se insinua
E doce tontura nos traz
O que delicia tortura
E não dá descanso nem paz


É que o amor não se dissolve assim
Sem dor
Se não for
Até o fim


Se a gente não sabe se ama
E não se decide que quer
A dúvida não desinflama
Enquanto a gente não se der


Se algo entre nós se insinua
E não se disfarça sequer
Não dá pra deixar pra outro dia
De outra semana qualquer


É que o amor não se dissolve assim
Sem dor
Se não for
Até o fim 


© BMG / BMG 

"TUA", Maria Bethânia, Biscoito Fino, 2009

BR-PUI-10-00663, CD duplo "Amor festa devoção (ao vivo)", Maria Bethânia, Biscoito Fino, 2010 o fim



BR-PUI-10-00663, CD duplo "Amor festa devoção (ao vivo)", Maria Bethânia, Biscoito Fino, 2010

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Porque já se atingiu o limite...


Menininha Triste

Sente-se ali, hmm, conte em seus dedos.
O que mais, o que mais há pra se fazer?
Oh, e eu sei como você se sente,
Eu sei que você sente que já atingiu seu limite,
Oh ah wah ah sente-se ali, hmm, conte,
Ah, conte em seus dedinhos.
Minha infeliz, oh, menininha, menininha triste, yeah

Oh sente-se ali, oh conte aqueles pingos de chuva
Oh, sinta-os caindo, querida, por toda sua volta,
Querida, você não que está na hora?
Eu sinto que está na hora,
Alguém te disse, porque você tem que saber
Que tudo com o que você vai ter que contar,
ou em que vai querer se apoiar,
Vai se parecer exatamente com aqueles pingos de chuva
Quando eles estão caindo, querida, a toda sua volta.
Oh, eu sei que você está infeliz.

Oh sente-se lá, ah, vá em frente, vá em frente
E conte em seus dedos.
Eu não sei o que mais, o que mais,
Querida, você tem para fazer.
E eu sei como você se sente
E eu sei que você não tem nenhum motivo pra seguir em frente
E eu sei que você deve ter chegado ao seu limite.
Oh, querida, vá em frente e sente-se de volta agora mesmo.
Eu quero que você conte, oh, conte em seus dedos
Ah, minha infeliz, minha desafortunada
E minha pequena, oh, menina triste.
Eu sei que você está infeliz,
Ooh ah, querida, eu sei,
Querida, eu sei, exatamente como você se sente.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Com-portas abertas

Ai o amor que não cabe!

O amor que invade.

E que arde...

Mesmo que tarde.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Algumas opções

Sublime
Suprime
Sublinhe
Suspire
Sustente
Sussurre
Surte
Surre
Sucumba
Se vira!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Bicho assustado

Quando um gato está acuado, ele agride. Arranha, bufa, morde.

Mas antes ele tenta fugir de todas as maneiras, talvez por isso acabe se encurralando.

O gato está vulnerável, à mercê de outro ser cujas ações ele não entende.

Se ele consegue se esconder, nada o tira do lugar. Passa dias e noites. Sem água, sem comida, sem luz. O quanto seu corpinho felino aguentar.

Essa miniatura de leão, mais parece um ratinho...

A única coisa que ele precisa é confiar. Reconhecer que não lhe farão mal. Sentir no ar cuidado e atenção.

Então ele sairá lentamente. Pata por pata; à espreita, mas confiando. Gestos vagarosos, olhando pra todos os lados.

E encontrará uma mão estendida. Que também vai se esticando lentamente, estirando cada fibra muscular, dedos levemente dobrados, quase que em posição de repouso.

A mão é um sinal de que está tudo bem. Uma bandeira branca, um chamado: pode vir.

O gato quando olha e confia nessa mão se aproxima dela. Seu focinho úmido e gelado encosta nos dedos, empurra com a cabeça levemente a mão e passa a boquinha nesses dedos, chegando a mostrar as potentes presas. Que escolheu não usar.

Sim. A confiança se estabeleceu. E é mútua.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Um pouco de magia

Se eu pudesse, chovia flores em você. Minúsculas, rosas e amarelas.

Elas cairiam pelos seus ombros, se prenderiam nos seus cabelos, grudariam na sua camisa.

Cada flor que ficasse seria um pequeno aviso que você imediatamente compreenderia:

Não tenha medo da chuva, não tenha medo daquilo que pode viver, não tenha medo do que está fora de controle - não existe controle - não tenha medo se nada acontecer, não tenha medo de se aproximar.

Você sorriria feito criança se desvencilhando das florzinhas e a alegria que invadiria seu coração se transformaria em coragem.

E amor.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Nada de palavras

Abre a caixinha delicadamente.

Sente o perfume de baunilha e chocolate.

Tire apenas o sonho que quer.

Veja quantos papeis pequeninos, coloridos e metalizados completam a linda caixinha e a feche com cuidado. Ouça o som abafado do veludo que forra seu interior no instante que a tampa encontra a caixa.

Assopre o sonho-dente-de-leão em direção ao rosto do seu amor.

Beije-o após fitá-lo longamente com um sorriso de agradecimento.

Vivam...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Performance

Faz o café. Toma o café.
Escova os dentes. Tira a camisola, põe o vestido..
Arruma o que está por fora.
Culpa-se. Lamenta-se. Ninguém vê.
Executa há anos a mesma performance, intitulada:
"Nunca desmorone."

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Chuva de água salgada

Da gota que escorre pela cara, entra no nariz, se perde na boca, desce pelo pescoço e pinga no colo, no joelho, no vestido, na mesa, no papel, no teclado, vem a verdade tão esquecida, escondida, ignorada:

Ninguém controla nada.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Por mais que doa

Há que se expor.
Há de se ouvir.
Há que entender.
Doar e doer.
Dobrar e tecer.
Agir e criar.
Crescer.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

"Eu não vi..."

Que a queda do cavalo lhe sirva de lição:

A prioridade passa longe da cabeça.

Qualquer assunto tem mais importância.

Porque só se vê o que interessa...

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Nada pior do que não fazer nada...

Às vezes não se pode fazer nada. Mas o que é não fazer nada?
Como não reagir? Só olhar, nada falar?
Como é que se equilibra esse paradoxo: fazer nada?
Porque fazer é ação e nada é seu contrário.
Fazer nada, portanto, beira as raias do impossível.
Deixar o tempo passar, o barco correr.
Olhar o mar. Olhar da janela.
Espectador
Expectativa.
Esquisito.
Estranho.
Estanque.
Não fazer nada é aceitar dolorosamente.
Que não somos nada.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Proteção: uma dobra do fora, vida

Afastar é fazer dobra.

Calar é fazer dobra.

Parar é fazer dobra.

Dobrar é criar espaço. Para ser preenchido. Para aerar. Para sustentar.

Dobrar é criar marcas para transitar.

Dobrar é mudar a direção de um plano para enfraquecer algo, desacelerar.

Dobrar é manter distância para observar.

E, lentamente, se des-pedir.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Uma raiz da dor

O sangue precisa da veia.

O órgão precisa do osso.

O músculo precisa da pele.

Cada um com sua membrana.

Várias delas, camadas.

Tênues, frágeis, transparentes.

Vitais.

Dobras no tecido-vida.

Proteção.

Tecido sem dobra não tem aderência.

Não se segura em superfície.

Escorrega. Cai.

Suja. Rasga.

Dói...


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Tá chegando, tá chegando...

Bem devagarinho, que lentinho...

E sempre se aguarda... o inesperado!


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Um dia especial

Ah se pudesse guardar a alegria do encontro dentro do coração!
Ver que estava tudo bem, tudo lindo como sempre.
Gravar palavras na memória, os olhares... A alegria salta, de tão visível!
Isso é tão bom! Aquece a alma.
Idéias, projetos, olhos nos olhos, uma deliciosa constatação de gênero.
E um presente! Lindo! Que se queria há tempos. Na surpresa...
E o "você merece", quase em segredo? Mas ouvido!
Quanto... Amor?

domingo, 27 de janeiro de 2013

Obrigada Senhor

Graças a Deus, tão boa notícia num dia de tragédia.

Todo um dia de angústia, começado na madrugada sem saber ao certo que tanta saudade sufocante era essa. Mas estava tudo bem.

Chorar de alívio é bem bom...

E fica nítido o que se sente.

E não se vê a hora de conferir tudinho.

Que Deus proteja e abençoe sempre.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ensopada até a alma

A chuva a pegou desprevenida, no meio da rua. Pingos grossos aumentando de intensidade e frequência. Em segundos, ensopada. Preocupada com os papeis que tinha em mãos e que poderiam se estragar, foi deixando na mão de Deus porque aquela chuva estava muito boa. Água gelada caindo na cabeça quente. No corpo fervendo. Os papeis? Que se danassem os papeis! Primeira chuva-lava-alma do ano. Delicia! Ensopada! Ensopada? Vestia uma bata lilás de tecido mais que leve. Tanta água o dissolveu; colado ao corpo, parecia estar andando de sutiã - apenas - em plena avenida. Cobria os peitos ou cuidava dos papeis? Já havia desistido destes. E os peitos? Colocava a mão na frente? Mostraria mais ainda. A vergonha, o pudor. Chovia a cântaros. Fazer o quê? A exposição de um corpo, o símbolo do feminino, ainda era menor do que a exposção do que sentia. E já havia feito isso. Nesse dia, ficou à mostra, frágil, desprotegida e nua. A nudez maior que um coração aberto confere a alguém. Chuva molhando a roupa, mostrando peitos e sutiã aconteceu, simplesmente. Assim como o que sentia e sua posterior confissão. Então deixa. Chover, pelo menos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Volta e vem pra...

E a saudade, meu Deus? E a saudade? Dura o tempo que a mão não alcança...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Depois...

Aproxima-se o momento do silêncio após intenso movimento?

Sua vez!

Vai, pega as tuas coisas!

Cata tudo! Malas, sonhos, doces, água, roupas.

Corre! Segue teu coração, teu desejo, teu destino, tua tragédia.

Ri! Alto! É agora ou está perto.

Não perde tempo! Não se vitimize.

Nunca se olhou? Demorou! N - I - N - G - U - É - M tem que cuidar de você.

Escutou o barulho? É a vida te chamando!

Pode morder os lábios!

Fecha os olhos se quiser.

Respira fundo.

E vai!

domingo, 20 de janeiro de 2013

tempo e espaço

Como é ruim seguir em frente quando a vontade era correr atrás...

Umas perguntas

Essa história de amar e de amor...

A cachorra leva o resto de comida num saco pros outros animais que moram a quilômetros de onde ela consegue a comida. E isso não é amor?

E quando o gato mia pro choro da dona e se enrosca entre as pernas dela, não é amor?

E quando alguém te vê depois de algum tempo e treme pra servir um café, não é amor (e já se sabe que não é Parkinson, nem problema de tireoide)?

E querer o bem independentemente das circunstâncias não é amor?

Quando se sente bem, livre, à vontade com uma pessoa, não é amor?

Quem tem medo do amor, teme o quê?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Hã?

Qual o significado de reações paradoxais?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Nua rua

Havia um cachorro andando pela calçada, quase na rua.

Ele estava com a boca aberta; parecia tossir; com dificuldade respiratória.

Tremia a cada passada. E quando parava também.

Cabeça levemente abaixada, tudo era muito difícil: andar, parar, respirar, manter-se em pé. A língua vermelha, sempre para fora. O caminho, sempre em frente.

Para onde ia? Por que seguia? Por que não parava e morria?

Ela estava num carro. Era de dia. Só o cachorro ela via.

Todos na rua, mas só o cachorro e ela é que havia.

Só.

O cachorro e ela.

O cachorro é ela.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Para de

Esperar

Acreditar

Fantasiar

Explicar

Ansiar

Suavizar

Teorizar

Chamar

Chorar

Parar

Fuçar

Esburacar

Sangrar

Contar

Falar

Pensar

Imaginar

Amar

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

vontade de potência

Por um triz, um triz! Ela não escreveu o que realmente tinha vontade...

Privilégio

E o que os aproxima faz com que se sintam menos sozinhos.

tanto tempo

Esperar

Espairar

Ex-pairar

Espiar

Expiar


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

domingo, 6 de janeiro de 2013

Por que não pode?

Amar uma pessoa que transforma sua vida?

Amar uma pessoa que sugere tantos caminhos?

Amar uma pessoa que se importa com as mesmas coisas?

Amar uma pessoa tão rara?

Amar uma pessoa que faz o tempo voar?

Amar uma pessoa confusa?

Amar uma pessoa amorosa?

Amar uma pessoa insegura?

Amar uma pessoa vaidosa?

Amar uma pessoa generosa?

Amar uma pessoa que te faz bem? E que te trouxe a cura?



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Perdida

"Pretensão e água benta, cada um tem quanto quer", diz o ditado.

E eis que está por demais difícil escrever o necessário...

Medo, vergonha, saudade, amor, vontade, sofrimento... Juntam-se, espremem-se num espaço em que não poderiam estar.

A cabeça não dá conta de focar no texto. A confusão é inevitável.

E o tempo tá passando e o prazo tá chegando.

Haverá encontro ou não? Sem saber o que é pior!

E a espera mortal.

De coração, achava que ia dar conta de separar as coisas e escrever friamente. Estúpida!

Escapam inspiração, palavras, coesão, coerência. Angu insosso de letrinhas. Papa grossa empelotada de parágrafos.

E a solidão infernal.

E o cansaço, afinal.



quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Neste ano

Ela leu na internet: 2000 e ter-se.

Ter-se... Conhecer-se... Resolver-se? Querer-se!

Ver-se.

Mexer-se.

Entreter-se

Ler-se.

Crer-se!

Aquecer-se

Erguer-se.

Tecer-se.

Pedro falou, tá falado!

E ele diz do alto de seus oito anos:

- Mãe, tirando gente, qual a coisa que vc mais gosta? Igual a armário, flor, montanha?

- Pode ser música? - Ela responde perguntando.

- Pode.

- E vc? (Mãe de curioso, curiosa é...)

- Eu gosto de morcego. E de Tecnologia.



- Sexta é dia de brinquedo! - Comunica o atarefado virginiano para sua avó.

- Tem certeza?

- Tenho sim, a professora falou.

- Vc já está na terceira série... Até quando vc vai levar brinquedo?

- Acho que vou levar brinquedo até a faculdade.

E eu desejo que vc queira brincar por toda a vida...

- Mãe, vi um homem tão feio na rua! Ele tava inteiro tatuado nas costas, nas pernas, nos braços e nos dedos das mãos. Fiquei com vontade de cantar pra ele:

"Quando Deus te desenhou, ele tava sem borracha, sem apontador e com o lápis sem ponta..."




Mãe, posso ver o DVD que vc me deu na Páscoa?
Pode. Mas não foi o Coelho que te deu?

- Não. O coelho de Páscoa só dá ovo. Presente dá vc e o Papai Noel no Natal...



E ele lê o recado da agenda pra mãe, muito solícito:

"Trazer para a próxima aula uma foto 3 vezes 4,

recente"...

Ensinado a tocar flauta doce: "Você tem que prestar atenção e colocar os dedos nos edifícios certos..."

Perguntas "básicas": De onde sai a teia da aranha, da laringe? Qual a coisa mais saudável do mundo?



O que realmente importa: (depois de ter retirado o aparelho ortodôntico fixo) "agora sim vc vai poder apertar minha bochecha e eu vou poder comer chiclete!"



Explicando porque não queria brincar com a garotinha: "tenho vergonha de brincar com meninas do sexo oposto"



Mãe, vc é de que signo? Peixes ou Camarões?

Por que os malucos gostam de arte?



- Mãe, por que o Presidente da República é rico?

- Ah, sei lá... Porque ele ganha muito dinheiro...

- E por que ele ganha muito dinheiro se ele não faz nada?

Comentário sobre a matéria do Fantástico, a respeito do sumiço do Belchior: "mãe, olha o Gopal!"



De que adianta lactobacilos vivos, se quando a gente agita o yacult eles morrem todos?



Mãe, explica EXATAMENTE o que é fé.