Que bom que você veio!

A internet é um lugar incrível. Meio praia, porque reúne todas as tribos, meio coração de mãe, porque "sempre cabe mais um" - mesmo que você não use aquele desodorante da antiga propaganda... E-mail cá, e-maile-eu aqui. Utilizando um meio de comunicação que atinja todas as pessoas... Que quiserem serem atingidas! Acertei?

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Montanha vazia

Entre o menino doce que quer ver de perto quem diz amar e o moço cuja boca lhe dedicou beijos risadas e conversas, chega a notícia de que aquele que conseguiu apaziguar uma dor, se foi.

O sotaque em seu ouvido, o olhar de se perder, a delícia do tempero. As mãos que ajudaram a subir na montanha e que percorreram seu corpo, não se movem mais.

Foi um prazer tê-lo em mim.

E daqui, você jamais sairá.

Era amor. E é.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Asas do desejo

Você foi um demônio em minha vida.

Lindo anjo caído do céu, me jogou no fogo, devir-serpente.

Dilacerada, sangro eterna ferida.

E sigo também.

Porosa porque rasgada, aceito encontros incomuns.

Molhada. Rio.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Visita noturna

E no sonho se abraçam, deitados.

E no sonho a mão se encaixa na coxa.

Ah, que cara safada...

Ah os sonhos...

Os do sono podiam ser realidade..

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Escolha tua

Nessa simbiose maldita, façamos o contrário.

Do desejo não feito de trocar "Feliz Natal" fica a troca surda de informações.

Quem nasceu foi você, nós sabemos.

Saiba também que você pode outras tantas coisas.

Saiba que estou em você tanto quanto você está em mim.

Só que você me habita calado.

E eu te habito faltando.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

E por não ter o teu corpo, ela decidiu amar a todos.

Oferta

Quer? Ela é assim, um sonho.

Quer? Ela é assim, poesia.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Paixãozinha

Sim, uma paz vestida de alegria.

Primeira vez sem dor na pele.

Só beijo.

E a alegria do/no outro é bonita também.

E o querer bem é mútuo.

Ok, sigamos.

De alguma forma estamos juntos.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Coisa de primeira vez

Quantos beijos podem ser trocados num intervalo de tempo?

Impossível beijos lentos. Num instante, tudo acaba!

Não existe tempo. Nem ninguém. Céu e Vazio e as bocas que se acham e encaixam suaves e molhadas, lindas línguas dançam circulares.

Lábios fechados, apertados um contra o outro. Duros como o tesão que cresce entre, dizem num silêncio que o abraço amigo confirma: fica.

Beijos tantos tantos tantos tantos, que continuam brincando nos lábios, 10 horas depois.

Beijinhos, beijinhos, beijinhos de doçura, livres e inocentes, cobertos de primeira vez, deliciosos, merecem uma mordida, duas, várias. Comer-morder-lamber gostoso beijo, boca, pescoço, orelha, corpo.

Risadas e conversas. E bebidas. E um vício. Boca-porta aberta logo vira beijo. Pelos, peles, cabelos, olhos fechados e era real, olhos abertos e tudo fora do lugar.

Beijos repetidos, ecos de desejo produzido, cansado de ser reprimido, flutuam alegres na memória da boca.

Que sem culpa. E com gula.

Quer mais.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Quero distância?

Não sei me proteger de você.

Ou vem me buscar.

Ou não sairei daqui.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Anda!

Fugindo? E a história nem começou.

Com medo? É recíproco.

Querem a mesma coisa?

Sabem o que cada um quer?

Liga de novo.

Vejam de novo.

Toquem-se, finalmente!

domingo, 7 de dezembro de 2014

Camadas

Depois da pele e do sangue e do músculo e do osso, tem o quê?

É o lugar que a dor não chega?

Uma paz não sentir nada.
A maior luta de todas é não querer voar pela única vez.

Mais um gole.

Encosta o dedo na loucura como se fosse água.

A loucura é fria. Líquida.

Mata a sede de viver.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Chama

Talvez tenha chegado num lugar onde lhe será impossível ser amada.

Era tanto amor que a fala, vestida de falo, quase fada, é que fecundou.

Teu nome é Deus e, devir-cavalo-marinho, ela é teu pai também.

E te ama. E ama teu pai também.

Vem sem medo, natural.

Até flores te esperam.

Squash

Às vezes parece que todos a temem.

O que não sabem é, que de alguma forma, a recíproca é verdadeira.

Vida que chega

A notícia-bomba lhe explodiu na cara.

Seus estilhaços feriram seu peito.

De repente, havia sangue em seus dedos.

Sangue que não parava de sair, que não se via de onde vinha.

Com dor e calma, simplesmente sabia que aquilo aconteceria.

Beckett cresce no palco de água.

Os caminhos da fertilidade são tortuosos.

E alguns encontros são bem potentes.

Beckett, no entanto, afastará.

A família é margarina.

A relação é escudo.

E o que foi produzido em outro espaço, era amor.

Tanto amor que transbordou.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Velho casarão

Era uma vez uma bonita casa.

Velha.

Ela era espaçosa. Arejada. Pé direito alto. Grandes janelas.

Pouquíssimos móveis. Velhos.

A porta desta casa estava entreaberta. Parecia vazia.

A menina quis entrar.

Ela estava muito cansada. Ela tinha fome e dores no corpo. Suas roupas ainda molhadas da chuva. Seus pés, gelados.

A casa era imensa. Muitos quadros, muitos retratos. Um piano.

Encostada à porta, a menina olhava a casa, encantada.

Ela estava com medo, há muito tempo sem dormir.

Queria um lugar seguro.

Não para ficar. Mas para poder seguir.

Mas ela não achava isso certo. Usar algo que não lhe pertencia.

Exausta, um mendigo, adormeceu na porta, feto, depois de tanto chorar baixinho.


Sustos

Você sabe que é você que a assusta?

Por isso mandou que ela (o) assustasse?

Vai embora mesmo, melhor partir agora.

Sem entender, assustada,

Só queria ver.


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Medo de novo

Menino-chuva sabe ler o livro como ninguém...

Que jogo perigoso é esse que faz com tanto gozo?

Ela também é chamada de menina.

Tá cuidando um pouco, sempre.

Que bem que faz.

As coisas anda(va)m duras nesses tempos.

De igual mesmo, só esse medo maldito.

Que nunca para.

Desejo é medo

O desejo insiste.

Pede o telefone.

Liga.

Marca encontro.

Liga de novo.

Lentidão.

É tanto medo, que a aproximação é mínima.

Qual é o perigo pra se proteger tanto?

Sangrou também?

Perdeu também?

Chorou também?

Sozinhou também?

Mentiu também?

Morreu um pouco também?

Quer mesmo abrir a porta?

Ela está destrancada.

Mas é escuro lá dentro.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Percebe?

Que tanto nervoso era aquele?

Atrapalhados.

Desastrados.

Um cheiro de perfume.

De corpos.

E de medo no ar.

Pedro falou, tá falado!

E ele diz do alto de seus oito anos:

- Mãe, tirando gente, qual a coisa que vc mais gosta? Igual a armário, flor, montanha?

- Pode ser música? - Ela responde perguntando.

- Pode.

- E vc? (Mãe de curioso, curiosa é...)

- Eu gosto de morcego. E de Tecnologia.



- Sexta é dia de brinquedo! - Comunica o atarefado virginiano para sua avó.

- Tem certeza?

- Tenho sim, a professora falou.

- Vc já está na terceira série... Até quando vc vai levar brinquedo?

- Acho que vou levar brinquedo até a faculdade.

E eu desejo que vc queira brincar por toda a vida...

- Mãe, vi um homem tão feio na rua! Ele tava inteiro tatuado nas costas, nas pernas, nos braços e nos dedos das mãos. Fiquei com vontade de cantar pra ele:

"Quando Deus te desenhou, ele tava sem borracha, sem apontador e com o lápis sem ponta..."




Mãe, posso ver o DVD que vc me deu na Páscoa?
Pode. Mas não foi o Coelho que te deu?

- Não. O coelho de Páscoa só dá ovo. Presente dá vc e o Papai Noel no Natal...



E ele lê o recado da agenda pra mãe, muito solícito:

"Trazer para a próxima aula uma foto 3 vezes 4,

recente"...

Ensinado a tocar flauta doce: "Você tem que prestar atenção e colocar os dedos nos edifícios certos..."

Perguntas "básicas": De onde sai a teia da aranha, da laringe? Qual a coisa mais saudável do mundo?



O que realmente importa: (depois de ter retirado o aparelho ortodôntico fixo) "agora sim vc vai poder apertar minha bochecha e eu vou poder comer chiclete!"



Explicando porque não queria brincar com a garotinha: "tenho vergonha de brincar com meninas do sexo oposto"



Mãe, vc é de que signo? Peixes ou Camarões?

Por que os malucos gostam de arte?



- Mãe, por que o Presidente da República é rico?

- Ah, sei lá... Porque ele ganha muito dinheiro...

- E por que ele ganha muito dinheiro se ele não faz nada?

Comentário sobre a matéria do Fantástico, a respeito do sumiço do Belchior: "mãe, olha o Gopal!"



De que adianta lactobacilos vivos, se quando a gente agita o yacult eles morrem todos?



Mãe, explica EXATAMENTE o que é fé.