prefixo de negação

Feito moscas zunem nomes:

Hermeto

Mostarda

Comandante.

Silêncios estranhos.

Vitimização ridícula.

Aquela cara linda reticente dizendo: "São Paulo, tão perto.." E uma resposta sem sentido.

Um vazio niilista e a porra do rs estragando o convite "vem pra cá".

E o outro a imagina deitada, sem sutiã, diz ter saudades. E cala.

Assume que você não sabe que(m) quer!

hipodactilia

Da mensagem, a palavra "conversa" aparece três vezes.

Se o arranhão do gato ainda marca a pele, a decisão ainda machuca.

Orgulho ferido também sangra. E é ele que impede o tal contato.

Será que esse é o mesmo lugar de onde sai a sensação de que novo arrependimento surgirá?

Falta mais do que um dedo de prosa.

Falta amor.

Corsário

Ela fica perguntando-querendo "bem-me-quer".

É aí que não é.

No querer.

Amar é perdição. É sem saída.

Amar não é querência.

É aceitação.

À parte

De uma forma esquizo, ela consegue ver os dois.

Lentamente caminham para uma amizade. Colorida, que seja

Ele, um bebê egocêntrico incapaz de amar.

Ela, uma mulher incrivelmente delicada e insegura, que talvez não consiga aprender a sair do fora.

Doido

Ele não sabe daqui.

Sabe pouco dele.

Sabe pouco de si.

Não sabe que o giro do parafuso solto

Fere e sangra o outro

Ela dá o silêncio que ele necessita e não consegue exercer.

Nesse recuo de expressão, no entanto, se estabelece um sutil esgarçar de fibras.

Tudo que é represado tem força para romper.

E ir embora.

Chocolate meio amargo

Enquanto ele dorme (n)a paz de quem fez tudo o que quis, ela nada.

Sem sono, leve tristeza ronda.

A inocência acabou. Desacostumou com egoísmo.

Segunda chance é única saída.

Nesse escuro que não lhe pertence, gosta apenas dos barulhos da madrugada que inicia.

Quer a cidade, sem dúvida.

E, talvez, apenas ela.

O menino mais velho do mundo

Quando passou os dedos na nuca, era na boca que queria chegar.

Quando beijou o pescoço, era na boca que queria estar.

Quando deitou a cabeça no ombro, era um beijo que esperava ganhar.

Quando ele olhava sua boca - tantas vezes, há tantos anos -, em seus olhos grudava; vontade de se enterrar.

Porque era em sua boca que, desde o início, tem vontade de mergulhar.

Gratidão

Ela recebeu de ti o que mais importa:

conhecimento e amor.

alegria espinosista

E do nada ouviu o que queria.

E riem e beijam e gozam.

É isso.

em silêncio

Estou tão pequenininha...

Um pontinho de dor.

Num blues..

Saudade da tua boca na minha.

Saudade das tuas mensagens.

Saber da tua alegria é ver a felicidade na janela do apartamento do prédio em frente.

Parabéns!

Mas eu queria um pouco disso também.

dó e pó

Tanta coisa tudo fora do lugar.

Casa não é abrigo.

Casa é avesso.

Um fora.

Casa caos.

Expõe sujeira.

Feiúra.

Dores.

Todas as dores.

Sangue e lágrima.

Sem fim

Sem fim

Sem fim

Sem fim

Sem fim

Sem fim

Bailarilha

A bailarina-menina de braços abertos, tão linda, insiste nela.

Uma doçura de delicadeza, oferece-se.

Mas não dão conta.

Não se dão conta.

E ela segue, andarilha.

Cega e leve.

Porque vazia.